Desde que Elon Musk tirou de Bernard Arnault o título de homem mais rico do mundo, o bilionário sul-africano mantém essa posição, com uma vantagem significativa sobre o segundo colocado. O pico de sua fortuna ocorreu após a vitória de Donald Trump nas eleições, quando a fortuna de Musk ultrapassou a marca de US$ 432 bilhões, quebrando todos os recordes.
No entanto, em 2025, seu império financeiro está passando por uma das piores crises de sua história recente. Musk perdeu 80 bilhões de dólares de sua fortuna desde o início deste ano. Paradoxalmente, a razão que o levou ao topo da riqueza é a mesma que pode privá-lo do status de homem mais rico do mundo: as consequências de sua saída da política.
De acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, seu patrimônio está avaliado atualmente em cerca de US$ 357 bilhões. Pode parecer uma fortuna inatingível, mas outros titãs da tecnologia, como Larry Ellison e Mark Zuckerberg, vêm logo atrás, impulsionados pelo boom dos investimentos em IA.
A queda da Tesla e seu impacto na fortuna de Musk
A relação de Musk com a Tesla se transformou em uma montanha-russa financeira. No segundo trimestre de 2025, a empresa registrou uma queda de 12% na receita, para US$ 22,496 bilhões. Além disso, o lucro líquido da empresa caiu 16%, para US$ 1,172 bilhão no período.
Os problemas da Tesla foram tão evidentes que a confiança dos acionistas também foi afetada, e o valor das ações da empresa caiu 20% desde o início do ano, depois de quase dobrar em 2024, quando a capitalização de mercado da empresa atingiu US$ 1,4 trilhão. Essas flutuações fizeram com que a fortuna de Musk, para quem a Tesla é a principal fonte de renda, diminuísse em mais de US$ 80 bilhões.
Algumas jogadas geniais que Musk tirou da manga impediram que sua fortuna pessoal diminuísse no mesmo ritmo que a capitalização da Tesla. Um exemplo foi a compra da X pela xAI, a empresa de inteligência artificial de Elon Musk. Com essa jogada, o bilionário fez um manobra financeira, tirando a X do bolso para aumentar a capitalização da xAI e diluir as perdas acumuladas da X.
A substituição de Musk
A economia dos EUA está passando por uma situação realmente difícil, equilibrando-se no limite devido às constantes mudanças na regulamentação causadas pela guerra tarifária de Trump, seu saldo comercial e as guerras em Gaza e na Ucrânia.
Toda essa instabilidade transformou os mercados de ações em algo parecido com uma loteria, onde em um dia é possível obter lucros bilionários e, no dia seguinte, perder tudo o que foi ganho.
Nessa situação, Musk não é o único que sofreu perdas significativas. Jeff Bezos, por exemplo, caiu do segundo lugar para o quarto na lista das pessoas mais ricas do mundo desde o início do ano, e Bill Gates, figura histórica no topo dessa lista, caiu para o décimo quinto lugar nos últimos meses.
No entanto, o fator determinante que pode fazer com que Elon Musk deixe de ser o homem mais rico do mundo nos próximos meses não é tanto suas manobras financeiras ou as cotações de suas empresas, mas como estão indo os negócios dos outros.
Larry Ellison, por exemplo, está seguindo um caminho oposto ao de Musk. A empresa Oracle, fundada por ele, continua a ganhar dinheiro com a infraestrutura de servidores na qual são desenvolvidos modelos de inteligência artificial. Somente em 2025, a fortuna do bilionário nova-iorquino aumentou em 102 bilhões de dólares, ultrapassando Jeff Bezos e Mark Zuckerberg e tornando-se o segundo mais rico do mundo.
Hoje, Musk e Ellison estão separados por pouco menos de 60 bilhões de dólares na disputa pelo trono do homem mais rico do mundo. É uma quantia absurda de dinheiro, mas considerando o ritmo com que são gerados os prejuízos e lucros de novas empresas e empresas de capital aberto, basta um dia ruim para que Musk perca seu trono para seu bom amigo Larry Ellison.
